...e basta!!! Fiquei hoje de boca aberta com mais uma saída da burocracia portuguesa. É de lamentar situações como esta. O problema é que há muitas assim deste género por esse país fora. Passo a contar este episódio triste.
Muito recentemente começei a falar com uma rapariga que estuda comigo, encontramo-nos nas aulas de apenas duas cadeiras, no entanto, já a conhecia há mais tempo. É de fácil memorização a cara dela, isto porque a menia é indiana. Aqueles traços faciais são inconfundíveis.
Hoje estava eu na biblioteca a falar com ela sobre os exames, e num instante estavamos a falar de férias. Diz-me ela que tem família em Londres mas que nunca lá tinha ido pois tinha preguiça de ir a Lisboa levantar um visto que a permitisse viajar. Achei muito estranho. Isto porque ela fala português muito bem e já tive oportunidade de a vêr a escrever, e vi que não nenhum erro ortigráfico. Pensei que estaria cá há muitos anos e já teria a nacionalidade portuguesa.
Pois eu tinha "razão". Passo a explicar. A R. apenas nasceu na Índia, veio para cá bebezinha, os pais eram ainda muito jovens também. O que se passa é que para ter a nacionalidade portuguesa há uma porrada de papéis a preencher e um dos papéis a entregar é o registo criminal do próprio de todos os países onde tenha morado desde os 16 anos, juntamente com o do país de origem. Ora o país de origem dela é a Índia mas tendo em conta que esteve lá apenas 2 meses como pode registo criminal? Sim porque um bebé sai à rua a disparar sobre tudo o que é pessoa não é?
Fiquei burra. Ela teve de contratar uma advogada para convencer o nosso país de que não tem qualquer tipo de registo criminal de nenhum outro país porque sempre viveu cá. Tenho a acrescentar que a R. tem 23 anos...23 minha gente. Por favor!!!
Estamos a falar de uma pessoa que aos 23 anos não se sente nem Portugesa, porque não tem registo como tal, nem Índiana porque nunca viveu lá, apenas visitou o país 2 vezes depois de nascer. Ai estes senhores não têm juízo mesmo. Enfim...bem ainda bem que tudo está resolvido e a R. já é Portuguesa. Mas os pais continuam sem o ser por razões muito parecidas.
Se ela fosse jogadora de futebol profissional tinha mais sorte, não é, tem de aguentar com os nossos brilhantes prazos jurídicos e as suas deficiências em termos administrativos.
Lau*